Hoje quando o fui buscar ao Jardim de Infância cruzámo-nos com uma auxiliar (que não é da sala dele) que não perdeu a oportunidade de dizer, toda sorridente:
Senhora: Lá vai o menino dos olhos bonitos!
Aproveitou para me contar o seguinte episódio:
Um dia, quando ela ficou no prolongamento, a colega estava a dizer-lhe quem eram os meninos que lá estavam...
Colega: Está o D*...
Senhora: Qual deles? Não sei quem é o D*...
Colega: É aquele... o dos olhos bonitos.
Diz a senhora que ele ficou todo derretido...
Hoje ficou um bocadinho atrapalhado... a esconder-se atrás das minhas pernas... dizia ele:
D*: Mamã... gozam comigo... dizem que eu sou bonito e riem-se...
Eu: Oh, amor... as pessoas estão a ser simpáticas. Não é gozar. Agradeces e pronto! Gostavas mais que dissessem que tu eras feio?
D*: Mas eu estou farto! Estão sempre a dizer que eu sou bonito!!!
Eu: Mas quem é que diz?
D*: Os crescidos! E uma menina também, hoje no recreio! Fico triste...
Eu: Isso não é motivo para ficares triste.
(fiquem lá vocês a saber que tamanha tristeza trazia água no bico...)
D*: Quando nós estamos tristes queremos coisas fofinhas para ficarmos contentes...
Eu: Coisas fofinhas?!? Que coisas fofinhas é que tu queres?
(encolheu-se todo a fazer-se aos miminhos e depois de umas mimoquices, lá fomos embora)
D*: Mamã, o que é o jantar? É sopa?
Eu: É hamburguer. Hoje não há sopa porque acabou e o papá não teve tempo de fazer mais.
D*: Boa! Já estou feliz!!! Quando eu estou triste há sempre coisas fofas que me fazem ficar contente outra vez...
Ah! Ah! Ah!